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Boas Festas!

Carlos Martins: um estudo

Copiado daqui, mas desta vez achei por bem, colocar o texto:

O jogo foi o Benfica-Vitória de Setúbal, do passado fim-de-semana; o espécime em estudo, Carlos Martins. Antes da descrição dos lances e das conclusões, dizer que terá sido dos jogos menos positivos de Carlos Martins, o que em parte se deveu à falta de apoios perto de si.

1 minuto: Mau passe. (Saída de jogo para o Benfica e Martins, como consequência de um lance estudado, tenta lançar em profundidade um dos avançados do Benfica; o passe é interceptado.)

1 minuto: Boa opção. (Sofre falta no grande círculo a tentar proteger a bola.)

1 minuto: Boa opção. (Apertado, roda e joga de frente no apoio.)

2 minutos: Boa opção. (Passe curto a solicitar Jorge Ribeiro)

2 minutos: Boa opção. (No seguimento da jogada, entrega a bola, num passe curto, para Reyes e este cruza.)

2 minutos: Boa opção. (A bola sobra novamente para Martins, que por sua vez faz um passe vertical para Cardozo, que se encontra a entrada da área.)

3 minutos: Recuperação de bola. (Recupera a posse de bola.)

4 minutos: Bate canto. (Canto tenso, ao segundo poste; Cardozo por pouco não consegue cabecear.)

5 minutos: Recuperação de bola. (Recupera a posse de bola.)

6 minutos: Boa opção, embora arriscada. (Passe vertical para Reyes (opção arriscada).)

7 minutos: Mau passe. (Lançamento em profundidade a solicitar Suazo. A opção (tentava apanhar desprevenida a equipa do Vitória de Setúbal, visto que esta estava em transição ofensiva quando perdeu a possse de bola) era correcta, mas o passe saiu demasiado longo.)

8 minutos: Lance dividido. (Perde uma disputa pela bola.)

10 minutos: Boa opção. (Passe de primeira para o jogador que lhe estava a dar cobertura (apoio).)

10 minutos: Boa opção. (Tabela com Reyes e falta sofrida no seguimento da mesma jogada.)

11 minutos: Bate livre. (Bate livre curto, a meio do meio-campo ofensivo.)

14 minutos: Lance dividido. (Perde lance em bola dividida.)

14 minutos: Mau passe. (Passe transviado para Maxi Pereira.)

15 minutos: Mau passe. (Passe transviado.)

15 minutos: Participação na recuperação de bola. (Participa de forma decisiva na recuperação da posse de bola, pressiona o adversário de forma a que a bola sobre para Reyes.)

16 minutos: Bate livre. (Livre directo frontal de meia-distância; obriga Pedro Alves a defesa apertada.)

17 minutos: Bate canto. (Deste canto resulta jogada de perigo para a baliza sadina.)

20 minutos: Boa opção. (Passe vertical para Suazo.)

21 minutos: Boa opção. (Passe lateral a solicitar Katsouranis.)

23 minutos: Faz falta. (Falta cometida a meio-campo, com o intuito de parar o contra-ataque adversário.)

23 minutos: Mau passe. (Boa opção no passe para Suazo, mas este é interceptado.)

24 minutos: Remate. (Remate à entrada da area, defesa apertada de Pedro alves.)

26 minutos: Boa opção. (Passe atrasado para Miguel Vítor.)

27 minutos: Boa opção. (Passe lateral a solicitar Maxi Pereira.)

29 minutos: Recuperação de bola. (Recupera a bola.,)

29 minutos: Boa opção. (Dribla adversário e faz passe vertical para Cardozo.)

30 minutos: Bate livre. (Livre lateral, batido de forma tensa; obriga Perdo Alves a socar a bola.)

31 minutos: Bate canto. (A defesa sadina corta sem dificuldade.)

32 minutos: Boa opção. (Envolvimento com Amorim. No seguimento da jogada proporciona cruzamento a Amorim com um toque de calcanhar.)

33 minutos: Boa opção. (Passe lateral para Maxi Pereira.)

33 minutos: Mau passe. (Passe transviado.)

34 minutos: Mau passe. (Passe precipitado, sem olhar. No entanto não possuia apoios e a bola vinha pelo ar, pelo que se torna injusto crucificá-lo por não ter arriscado ficar com ela.)

40 minutos: Perda de bola. (Tentou desenvencilhar-se de um adversário, mas não conseguiu.)

43 minutos: Recuperação de bola. (Recupera a bola.)

43 minutos: Má opção. (Apesar de ter acabado de recuperar a bola, precipita-se e perde-a novamente.)

45 minutos: Remate. (Remate à entrada da àrea, bate num adversário, e ganha canto.)

46 minutos: Bate canto. (Sem perigo.)

Primeira parte em que o benfica demonstrou grandes dificuldades, quer no processo ofensivo (vivendo sobretudo de movimentos individuais dos seus jogadores). No processo defensivo, revelaram dificuldades, consentindo muito espaço entre linhas.

46 minutos: Boa opção. (Passe lateral para Maxi Pereira.)

47 minutos: Boa opção. (Passe atrasado para Miguel Vitor.)

48 minutos: Boa opção. (Passe lateral para Jorge Ribeiro.)

49 minutos: Boa opção. (Tabela com Maxi; no seguimento deste lance, o uruguaio sofre falta.)

49 minutos: Bate livre. (Bate tenso ao primeiro poste; Katsouranis não consegue desviar com sucesso.)

54 minutos: Perda de bola. (Perde a posse de bola ao tentar desembaraçar-se de um adversário.)

54 minutos: Recuperação de bola. (Recupera a bola e entrega curto.)

56 minutos: Boa opção. (Passe lateral para Jorge Ribeiro.)

56 minutos: Boa opção. (Na sequênca da jogada, tabela com Reyes.)

56 minutos: Boa opção. (Passe atrasado para Miguel Vítor.)

57 minutos: Cruzamento. (Cruzamento interceptado por defesa sadino.)

58 minutos: Sofre falta. (Sofre falta na zona de meio-campo.)

61 minutos: Faz Falta. (Falta inteligente.)

64 minutos: Recuperação de bola. (Recupera a bola.)

64 minutos: Má opção. (Na sequência da jogada, perde a bola.)


Coloquei em negrito aquilo que de negativo Carlos Martins fez. Vamos às conclusões:

1) 55 acções durante o tempo em que esteve em campo; 44 acções positivas; 80% de acções positivas.
2) Em 35 lances com a bola nos pés e com condições para fazer algo (exclui-se, portanto, os lances de bola parada ou as disputas de bola, ou os lances em que procura recuperar a bola, ou os lances em que não tem a bola totalmente dominada), teve 25 boas acções contra 10 más acções; 71% de boas acções.
3) Destas 10 más acções, só 4 foram resultado de más opções, sendo que as restantes 6 foram más execuções.
4) Embora destas 4 más opções tenham resultado 4 perdas de bola, Carlos Martins recuperou 6 bolas e participou activamente, pelo menos, em mais uma, que acabou por sobrar para Reyes. Se o índice de perdas de bola não é tão baixo quanto desejável, já as recuperações confirmam, de certo modo, além da entrega ao jogo (também confirmada pelas estatísticas oficiais, segundo as quais foi dos jogadores que mais correu) uma clara capacidade de se integrar em processos defensivos, desmentindo outra coisa que também, muitas vezes, lhe é apontada.
5) Efectuou 21 passes correctos contra 9 passes errados; 70% de passes acertados. Tem sido dito que Carlos Martins não lateraliza e não joga para trás, com segurança, preferindo invariavelmente solicitar os companheiros da frente e querendo sistematicamente fazer o último passe, mas a verdade é que, destes 30 passes, 22 foram para trás, para o lado, ou passes curtos, quer em tabelas, quer de segurança relativamente alta, e só 8 foram passes em progressão, sendo que 5 deles foram passes verticais, rasteiros, cujo grau de risco é pouco elevado. Ainda assim, contando apenas os primeiros, temos que Carlos Martins fez 73% de passes de baixo risco, o que invalida, de certo modo, a teoria de que perde demasiadas bolas tentando fazer coisas que não são para ele, assim como prejudica os ataques da equipa querendo saltar etapas.
6) Raramente recorreu ao drible, usando-o, ainda assim, só em último caso, tendo sido bem sucedido 1 vez e mal sucedido 2 vezes.
7) Sofreu 3 faltas e cometeu 2.
8) Fez 3 remates, sendo que um deles foi de livre.
9) Foi dos jogadores que mais se preocupou em dar apoios perto dos seus colegas, respeitando não só o colega que tinha a bola como o princípio da posse de bola como nenhum outro, tentando ao máximo atenuar a falta de ligação entre sectores, bem como a distância larga entre elementos. Esteve muito bem, neste aspecto, revelando uma cultura táctica e uma noção das necessidades ofensivas da sua equipa bem acima da média.
10) Dizer ainda que, apesar de não possuir dados estatísticos que o comprovem, leva-me a intuição a afirmar que Ruben Amorim, o tal jogador que tem sido tão elogiado (e com razão) pela forma como equilibra a equipa à direita, perdeu, neste encontro, mais bolas que Carlos Martins, tomando igualmente mais vezes a opção errada. Tendo em conta que a distinção que tem sido feita entre os dois é que Ruben Amorim, ao contrário de Carlos Martins, confere mais segurança aos processos da equipa e não arrisca tanto, este dado não deixa de ser curioso.