"José Torres de nome completo José Augusto da Costa Sénica Torres (Torres Novas, 8 de Setembro de 1938- 3 de setembro de 2010) foi um antigo jogador de futebol da selecção portuguesa. Jogava na posição de avançado.
Carreira
Representou o Benfica entre 1959 e 1971. Desde cedo deu nas vistas, devido ao seu imponente jogo aéreo. Servindo-se da elevada estatura, o ponta-de-lança ganhou estatuto dentro do Clube e foi, durante a década de 60, titular, actuando ao lado de Eusébio na frente de ataque e sendo apoiado por figuras como Mário Coluna, António Simões e José Augusto. Teve papel activo na presença do Benfica nas finais europeias de 1963, 1965 e 1968, mas não pôde fazer a festa, como tanto desejava.Foi mais feliz no Nacional da I Divisão, cujo título saboreou por nove vezes. Individualmente teve a sua coroa de glória na temporada de 1962/63, quando se sagrou (com 26 golos) o melhor marcador do Campeonato Nacional. Torres iniciou-se no clube da sua terra natal (o Torres Novas) e terminou a actividade no Grupo Desportivo Estoril Praia, em 1980, com 42 anos.
Selecção Nacional
Ao serviço da selecção nacional, marcou 14 golos, média significativa para o panorama nacional. Estreando-se com a camisola das quinas a 2 de Janeiro de 1963 num Portugal-Bulgária (0-1) Torres apenas teve de esperar pelo encontro seguinte para dar o seu primeiro tento a Portugal.Tal como Eusébio, Coluna e Simões, Torres foi um dos poucos atletas que fizeram os seis encontros da qualificação, assim como efectuaria, já na Inglaterra, todos os desafios da fase final (marcando três golos em Inglaterra) do Campeonato do Mundo de 1966. A carreira do futebolista de Torres com a camisola das quinas terminou a 13 de Outubro de 1973 curiosamente, de novo num Portugal-Bulgária (2-2) para o Campeonato da Europa precisamente, também, o jogo de despedida de Eusébio e Simões.
Torres já não se encontrava nessa altura no Benfica, mas sim no Vitória de Setúbal, clube pelo qual registou as suas duas últimas internacionalizações.
Chegava ao fim o percurso do jogador Torres, mas não o de José Torres na selecção nacional. De facto, haveria de ser ele a comandar os destinos da equipa técnica que conseguiu, o apuramento para o Mundial do México, de 1986. Na época ficou célebre a sua frase "deixem-me sonhar" quando, ao contrário de quase todo o país, continuava a acreditar no apuramento.
O seu sonho realizou-se com o triunfo em Estugarda (a vitória frente à Alemanha), mas, depois, os problemas que surgiram em Saltillo foram um autêntico pesadelo.
Após o final da carreira, este apaixonado pela columbofilia ainda treinou clubes como o Estrela da Amadora, o Varzim ou o Boavista, mas foi na Selecção Nacional que voltou a estar em destaque. De facto, conseguiu levar Portugal à presença num Mundial, o de 1986, precisamente 20 anos depois de ter ele mesmo estado em campo, em representação da equipa lusa, mas enquanto jogador.
Títulos
- 9 Campeonatos de Portugal
- 6 Taças de Portugal
"CARACTERÍSTICAS
O INÍCIO:
A 8 de Setembro de 1938 nascia em Torres Novas, José Augusto da Costa Séneca Torres. Como tantos jovens, iniciou-se no futebol no clube da terra, o Torres Novas e cedo o seu poderoso jogo aéreo começa a dar nas vistas. Jogador de área, tendo como principal atributo a sua elevada estatura, José Torres foi um dos avançados mais marcantes na história do futebol português.
O BENFICA:
Em 1959, com 20 anos, chega então ao Benfica. O início de águia ao peito não foi fácil. Teve de enfrentar a concorrência de José Águas que com o seu estatuto de estrela e com o peso de quase uma década ao mais alto nível no clube lisboeta, era na altura o titular absoluto e indiscutível no ataque encarnado. Mas Torres não desanimou e o seu trabalho foi tão forte que na sua 3ª época no clube, ganhou o título de rei dos goleadores no campeonato nacional com 26 golos apontados. Formou um ataque demolidor, ao lado de Eusébio, numa equipa de sonho onde também pontificavam Coluna, Simões e José Augusto, entre outros. A nível internacional, Torres desempenhou um papel activo na presença do Benfica nas finais europeias de 1963, 65 e 68 contudo, delas nenhuma venceu. O seu nome ficaria ainda gravado permanentemente na história do Benfica pelo seu contributo na conquista de 9 campeonatos nacionais e 3 taças de Portugal e no plano internacional pela conquista de 2 taças dos Campeões Europeus (ainda que não tenha jogado em nenhuma das finais).
NOVA ETAPA E FIM DO CICLO:
Em 1971, nova etapa na vida do “Bom Gigante”. É nesse ano que deixa o Benfica rumando ao Vitória de Setúbal, onde ainda somaria mais 2 internacionalizações pela selecção Portuguesa. Representou as cores do Vitória até 1975, ano em que se transferiu para o Estoril Praia, clube onde permaneceu até 1980 e onde ainda chegou a acumular a função de jogador e o cargo de treinador numa prática que já caiu em desuso nos dias de hoje. Terminou aí a sua carreira aos 42 anos, com o saldo de 217 golos num total de 384 jogos. Um feito!!!
Como treinador orientou ainda o Estrela da Amadora, o Varzim e o Boavista antes de deitar o futebol para trás das costas e dedicar-se a uma paixão antiga: a Columbofilia.
SELECÇÃO:
Na Selecção Nacional, Torres assinou 14 golos em 34 jogos. Foi a 23 de Janeiro de 1963 numa derrota caseira servida pela Bulgária por 0-1, que o Bom Gigante se estreou. A estreia não foi boa, mas na sua 2ª internacionalização, Torres acabaria por se estrear a marcar por Portugal. Esteve no apuramento e posteriormente na 1ª fase final de um mundial, disputada por Portugal. Foi em Inglaterra a 1966, e a par de Coluna, Simões e do inevitável Eusébio, jogou em todos os 6 jogos dessa fase final, contribuindo para um honroso 3º lugar. Tal como na sua estreia, foi a Bulgária que marcou o seu adeus à Selecção das quinas. Foi a 15 de Outubro de 1973 num jogo para o Campeonato da Europa e o resultado voltou a não ser positivo. Um empate a 2 bolas. Este jogo marca também a despedida de Simões e Eusébio da equipa lusa. Mas a história não separou de vez Torres da Selecção…
Vinte anos depois, Torres voltava à prova rainha do futebol mundial agora como seleccionador nacional. Contra todas as expectativas, Torres conseguiu apurar Portugal para o Mundial de 86 a disputar no México, muito graças a um golo portentoso de Carlos Manuel em Estugarda frente a uma República Federal da Alemanha já apurada na altura. Ao pessimismo generalizado que reinava na imprensa e opinião pública portuguesa face ás possibilidades de lusas de êxito, Torres havia respondido com uma frase que ficou célebre: “deixem-me sonhar”. E sonhou… Já no México e frente à Inglaterra, tida como a selecção mais forte do grupo, Carlos Manuel voltou a marcar e Portugal a ganhar. 1-0 foi o resultado que surpreendeu o mundo da bola. Foi o início do que poderia ter sido uma nova glória lusitana, mas conflitos internos entre os jogadores e federação, a suspensão por doping de Veloso ainda antes do Mundial e a lesão de Bento, guarda-redes titular à altura, entre outros infortúnios, deitaram tudo a perder e seguiram-se os desaires por 0-1 com a Polónia e o escandaloso 1-3 frente a Marrocos. Despediu-se assim Torres do México, do Mundial e da Selecção.
ÚLTIMOS ANOS:
Torres viveu um drama pessoal nos últimos anos de vida. Vítima da doença de Alzheimer em estado muito avançado, debateu-se ainda com graves problemas financeiros. Ainda lembrado quer pelo seu percurso como atleta, como pelo seu enorme sentido humano que lhe valeu a alcunha de Bom Gigante, Torres coleccionou amigos durante toda a sua vida, amigos esses que fizeram questão de não o deixar cair no esquecimento prestando-lhe diversas homenagens.
José Torres faleceu no dia 03 de Setembro de 2010.
Jorge Silva
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"São muitos os que dizem que jamais se pode ser boa pessoa se de animais não se gostar. José Torres, o Bom Gigante, sempre gostou. Sempre, não. Um dia houve, já adolescente, acometido de raiva, em que matou todos os pombos voejantes da casa de família. Ao cair em si, chacina consumada, não susteve lágrimas de arrependimento. Deu-lhe o pai uma bola, para que o sorriso substituísse o desespero. Fez-se jogador de futebol e columbófilo. As duas paixões de uma vida.
Bem se pode falar de hereditariedade no gosto de José Torres pelo oficio do chuto. Francisco, o pai, havia jogado no Carcavelinhos; o tio, Carlos, no Benfica. No Desportivo de Torres Novas, o clube da terra, estrear-se-ia José Torres. Com uma fisionomia invulgar, começou a marcar golos ao ritmo de enxurrada. Como poderiam os adversários escondê-lo no jogo? Era de todos o maior, no alto do seu cerca de metro e noventa. Acima dele só céu…
As proezas de Torres começaram a ser badaladas. Logo se acoitou no Benfica, no início do ano de 1959. Três temporadas penosas passou, tão intenso era o brilho de José Águas e tão ingratos eram também os regulamentos da época. “Durante a minha carreira de jogador, tive momentos em que o azar me bateu à porta mais do que devia. Por exemplo, na final da Taça dos Campeões Europeus, contra o Real Madrid, quando o Benfica conquistou o segundo titulo europeu. Só não joguei e não me sagrei, de facto, campeão da Europa, porque os regulamentos ainda impediam, estupidamente, que se fizessem substituições. O Cavem lesionou-se, eu era o único avançado no banco, o Benfica continuou a jogar com dez só porque… substituir era proibido!”.
Atravessou o melhor bocado da saga europeia vermelha sem intervenção. Até que, em 62/63, já com Fernando Riera no posto de Bela Guttmann, em pleno se afirmou. Inclusive, foi o artilheiro-mor do Campeonato, com 26 golos (21 jogos), mais três que Eusébio. De resto, nesse ano, só o Sporting (71) e o FC Porto (61) marcaram mais que a nova dupla (49) da voluptuosidade benfiquista.
Faltou a Torres o ceptro europeu. Frente ao AC Milan, derrota por 2-1, apesar de Eusébio ter inaugurado a contagem, prenunciando uma superioridade que não veio a confirmar-se. O Bom Gigante, na tarefa ciclópica de fazer esquecer a boa pinta de José Águas das duas edições anteriores, não se saiu bem, em branco ficou. Distante, muito distante, do que havia rendido, no começo desse ano, no torneio Ramon Carranza, com a Fiorentina. A meia hora do fim, subsistia um empate a três bolas. Torres entrou e… quatro tentos fez, de rajada, naquela heróica vitória. Confirmava-se nova profecia de Guttmann, que meses antes havia dito: “Esse jovem gigante que não tem físico de futebolista chama-se Torres, é suplente de José Águas, mas um dia será avançado-centro do Benfica e a Europa ouvirá falar muito dele. Apesar de pouco jogar na equipa, se algum clube o quisesse contratar teria de dar dois mil contos ao Benfica, mas dentro de três anos nem pelo dobro…”.
José Torres continuou a caminhar em glória. E se epifenómeno foi, a responsabilidade é de Eusébio, que todos (quase) eclipsou. Durante uma dúzia de anos no clube, Torres fez 259 jogos oficiais e marcou 226 golos. Venceu nove Campeonatos e quatro Taças de Portugal. Um registo impressionante, valorado ainda com o titulo de melhor marcador do Nacional 62/63. Para já não referir as três presenças noutras tantas finais europeias. “Sinceramente, a minha maior tristeza foi não ter sido campeão da Europa”.
Na equipa nacional, José Torres está indissociavelmente ligado à campanha dos Magriços. Três golos marcou na Inglaterra, com destaque para o último, frente à União Soviética, que permitiu a Portugal subir ao pódio. Foi 31 vezes internacional, enquanto jogador do Benfica, logrando 14 golos.
Terminou a carreira no Estoril, na condição de treinador-jogador, após uma digna passagem pelo melhor Vitória de Setúbal de sempre, nos píncaros da Europa, circunstância que até o (re)conduziu à Selecção Nacional. Justamente na qual, já como responsável máximo, pouco depois de ter dado inicio à carreira de treinador, viria a garantir a qualificação para o México 86. Depois do monumental golo do benfiquista Carlos Manuel, em Estugarda, no tal jogo em que pediu que o deixassem sonhar.
Se mais sonhos teve, talvez nem às paredes confesse, como se ouve na popular canção. Uma coisa, porém, é certa, José Torres fez os adeptos sonharem mais alto. E, não poucas vezes, foi ele o arquitecto do sonho.
Texto: Memorial Benfica, 100 Glórias Copiado de Ednilson
Bem se pode falar de hereditariedade no gosto de José Torres pelo oficio do chuto. Francisco, o pai, havia jogado no Carcavelinhos; o tio, Carlos, no Benfica. No Desportivo de Torres Novas, o clube da terra, estrear-se-ia José Torres. Com uma fisionomia invulgar, começou a marcar golos ao ritmo de enxurrada. Como poderiam os adversários escondê-lo no jogo? Era de todos o maior, no alto do seu cerca de metro e noventa. Acima dele só céu…
As proezas de Torres começaram a ser badaladas. Logo se acoitou no Benfica, no início do ano de 1959. Três temporadas penosas passou, tão intenso era o brilho de José Águas e tão ingratos eram também os regulamentos da época. “Durante a minha carreira de jogador, tive momentos em que o azar me bateu à porta mais do que devia. Por exemplo, na final da Taça dos Campeões Europeus, contra o Real Madrid, quando o Benfica conquistou o segundo titulo europeu. Só não joguei e não me sagrei, de facto, campeão da Europa, porque os regulamentos ainda impediam, estupidamente, que se fizessem substituições. O Cavem lesionou-se, eu era o único avançado no banco, o Benfica continuou a jogar com dez só porque… substituir era proibido!”.
Atravessou o melhor bocado da saga europeia vermelha sem intervenção. Até que, em 62/63, já com Fernando Riera no posto de Bela Guttmann, em pleno se afirmou. Inclusive, foi o artilheiro-mor do Campeonato, com 26 golos (21 jogos), mais três que Eusébio. De resto, nesse ano, só o Sporting (71) e o FC Porto (61) marcaram mais que a nova dupla (49) da voluptuosidade benfiquista.
Faltou a Torres o ceptro europeu. Frente ao AC Milan, derrota por 2-1, apesar de Eusébio ter inaugurado a contagem, prenunciando uma superioridade que não veio a confirmar-se. O Bom Gigante, na tarefa ciclópica de fazer esquecer a boa pinta de José Águas das duas edições anteriores, não se saiu bem, em branco ficou. Distante, muito distante, do que havia rendido, no começo desse ano, no torneio Ramon Carranza, com a Fiorentina. A meia hora do fim, subsistia um empate a três bolas. Torres entrou e… quatro tentos fez, de rajada, naquela heróica vitória. Confirmava-se nova profecia de Guttmann, que meses antes havia dito: “Esse jovem gigante que não tem físico de futebolista chama-se Torres, é suplente de José Águas, mas um dia será avançado-centro do Benfica e a Europa ouvirá falar muito dele. Apesar de pouco jogar na equipa, se algum clube o quisesse contratar teria de dar dois mil contos ao Benfica, mas dentro de três anos nem pelo dobro…”.
José Torres continuou a caminhar em glória. E se epifenómeno foi, a responsabilidade é de Eusébio, que todos (quase) eclipsou. Durante uma dúzia de anos no clube, Torres fez 259 jogos oficiais e marcou 226 golos. Venceu nove Campeonatos e quatro Taças de Portugal. Um registo impressionante, valorado ainda com o titulo de melhor marcador do Nacional 62/63. Para já não referir as três presenças noutras tantas finais europeias. “Sinceramente, a minha maior tristeza foi não ter sido campeão da Europa”.
Na equipa nacional, José Torres está indissociavelmente ligado à campanha dos Magriços. Três golos marcou na Inglaterra, com destaque para o último, frente à União Soviética, que permitiu a Portugal subir ao pódio. Foi 31 vezes internacional, enquanto jogador do Benfica, logrando 14 golos.
Terminou a carreira no Estoril, na condição de treinador-jogador, após uma digna passagem pelo melhor Vitória de Setúbal de sempre, nos píncaros da Europa, circunstância que até o (re)conduziu à Selecção Nacional. Justamente na qual, já como responsável máximo, pouco depois de ter dado inicio à carreira de treinador, viria a garantir a qualificação para o México 86. Depois do monumental golo do benfiquista Carlos Manuel, em Estugarda, no tal jogo em que pediu que o deixassem sonhar.
Se mais sonhos teve, talvez nem às paredes confesse, como se ouve na popular canção. Uma coisa, porém, é certa, José Torres fez os adeptos sonharem mais alto. E, não poucas vezes, foi ele o arquitecto do sonho.
Épocas no Benfica: 12 (59/71)
Jogos: 259
Golos: 226
Títulos: 9CN, 4TP
Jogos: 259
Golos: 226
Títulos: 9CN, 4TP
Texto: Memorial Benfica, 100 Glórias Copiado de Ednilson
2 comentários:
Há homens que têm o seu lugar reservado no Olimpo. Enquanto o país vivia numa letargia, havia alguém que insistia em erguer o nome de Portugal aos olhos do mundo na saudosa década de ouro do futebol português - a época de 60. A epopeia de José Torres e dos amigos Coluna, Cavém, Germano, Águas, José Augusto, Simões, Eusébio e Costa Pereira foi gloriosa. A maneira despretensiosa e romântica como o torrejano representava a Selecção nacional é um exemplo para os dias de hoje. A Torre inabalável do castelo encarnado só sucumbiu perante o esquecimento, mas para já, a minha memória distingue claramente quem ajudou a alicerçar o SL Benfica e dar ânimo a tantos portugueses sedentos de auto-estima.
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