Lendas da Selecção (Parte VII)

Como sempre retirado do site da FPF

GERMANO 1932-2004
Em todos os lugares do campo


Nome: Germano de Figueiredo
Data de nascimento: 13-12-1932
Naturalidade: Lisboa
Posição: defesa central
Clubes principais: Atlético e Benfica
Jogos pela Selecção Nacional: 24
Estreia: 29-11-1953, em Lisboa, frente à Áustria (0-0)
Último jogo: 16-6-1966, em Manchester, frente à Bulgária (3-0)

A vida de Germano esteve sempre mergulhada num certo fatalismo difícil de explicar. Ficou órfão muito cedo, sofreu as agruras de uma pleurisia no auge da sua carreira, depois de deixar os relvados viveu de tal modo afastado do futebol que nem entrevistas concedia, raramente sendo visto num estádio. E foi, também, o escolhido para assumir a baliza do Benfica naquela terrível final da Taça dos Campeões Europeus, disputada em S. Siro, frente ao Inter, depois da lesão de Costa Pereira. Esse episódio ficará como um exemplo da sua coragem.

Aliás, se uma palavra fosse necessária para definir Germano, coragem era uma escolha inevitável. Ou serenidade. Foi com coragem e serenidade que levou a sua vida e a sua profissão. Adolescente ainda, tornou-se guarda-redes das camadas jovens do Atlético, mas rapidamente decidiu que preferia ter a bola nos pés do que nas mãos. Foi-se afirmando a pouco e pouco e seria o húngaro Janos Biri a lançá-lo no futebol maior, empurrando-o para a titularidade numa equipa que, depois de cinco anos de luta pela manutenção, acabaria por baixar à II Divisão. Só que, em Dezembro de 1955, depois de um jogo pela Selecção de Lisboa contra a Selecção de Madrid (2-5), em Chamartín, foram-lhe diagnosticados problemas pulmonares. Esse Inverno foi agreste, em Portugal e no resto da Europa. Mas Germano continuou a jogar, indiferente às intempéries, pelo Atlético e pela Selecção Nacional, na qual se estreara um ano antes. A pleurisia obrigou-o a parar e a ser internado no Hospital de Santa Maria. Voltou aos relvados até que a inspecção para o serviço militar o considerou inapto para o exercício físico, ficando toda a época de 1956-57 sem jogar e sendo obrigado a um longo período de recuperação no Sanatório do Caramulo. Um ano dramático para Germano que assistiu, impotente, à forma como o Sporting, que já tinha contactado o Atlético com vista à sua contratação, se desinteressava e abandonava o negócio.

Só aos 27 anos sairia da Tapadinha. Destino: Estádio da Luz. Estava em pleno poder de todas as suas capacidades e tinha a maturidade necessária para se impor como grande defesa central da equipa que iria conquistar a Europa. Na Selecção Nacional, que representou durante treze anos, jogou em variadas posições, tanto no seu lugar preferido, o de central, como no meio campo e até no ataque, num jogo frente à Argentina (0-2), em 1961, desempenhando a função de distribuidor de jogo, só ao alcance de quem dispunha, como ele, uma técnica apuradíssima com ambos os pés. Em Inglaterra, no Mundial de 1966, era ele o «capitão», apesar de só ter disputado um jogo, frente à Bulgária. Tinha 33 anos e o Benfica dispensou-o.

Jogaria ainda no Salgueiros, na II Divisão, foi adjunto de Otto Glória, no Benfica, no ano em que os «encarnados» perderam nova final da Taça dos Campeões, frente ao Manchester United (1-4), em Wembley, e abandonou o futebol por completo, com a leveza, educação e seriedade com que sempre jogou.

1 comentários:

JOTA ENE ✔ disse...

1º Tá um espaço engraçado e onde nós benfiquistas nos sentimos bem.

O meu aborda coleccionismo, mas td sobre o SLB.

Fika bem,

Saudaçoes benfiquistas